segunda-feira, maio 24, 2010

DIP- DOMINGO DA IGREJA PERSEGUIDA- TESTEMUNHO DA JOVEM VARIÁ


Como Variá, jovem comunista, encontra Cristo testemunha dEle e torna-se uma trabalhadora escrava
As primeiras três cartas são de Maria, a jovem crente que levou Variá a Cristo.
Primeira carta:



"... Continuo a viver aqui. Sou muito querida. Também sou amada por um membro da cela do Kom-somol (Liga da Mocidade Comunista). Ela me disse: 'Não posso entender que criatura você é. Aqui muitos a insultam e afligem, mas você ainda os ama'. Respondi que Deus nos tem ensinado a amar a todos, não apenas aos que nos amam, mas aos inimigos também. Antes essa jovem me fez muito mal, mas orei por ela com um interesse especial.
Quando ela me perguntou se poderia amá-la também, abracei-a e ambas começamos a chorar. Agora, oramos juntas. Por favor orem por ela. Seu nome é Varia.
"Quando você ouve aqueles que veementemente negam a Deus, parece que de fato eles estão convictos do que dizem. A vida, porém, mostra que muitos deles, apesar de amaldiçoarem a Deus com os lábios, em seus corações têm grande anseio por Ele. E você ouve o gemido dos corações deles... Esses homens buscam alguma coisa e querem encher com sua incredulidade o vazio que sentem no íntimo.
"Sua irmã em Cristo,
Maria"

Segunda carta:
"Em minha carta anterior escrevi a respeito da jovem ateia Variá. Agora me apresso a dizer-lhes, meus amados, de nossa grande alegria: Varia recebeu a Cristo como seu Salvador pessoal, testemunhando sobre Isso abertamente, diante de todos.
"Quando creu em Cristo e conheceu a alegria da salvação, ao mesmo tempo se sentiu muito infeliz. E Isto porque antes propagara que Deus não existia. Agora está decidida a expiar a sua culpa.
"Fomos com Varia à assembléia dos ateus. Embora eu a advertisse que tivesse cautela e se contivesse, isto de nada valeu. Varia foi, e eu com ela, para ver o que aconteceria. Depois do rotineiro entoar do hino comunista (do qual Varia não participou), ela pediu a palavra. Quando chegou a sua vez, posse à frente de toda a assembléia. Corajosamente e com multa emoção testemunhou de Cristo como seu Salvador diante dos que ali estavam e pediu perdão aos seus ex-camaradas por ter tido antes os seus olhos espirituais fechados, não ter visto que estava seguindo e levando outros para a perdição.
Implorou a todos que abandonassem o seu caminho de pecado e viessem a Cristo. Todos ficaram em silencio e ninguém a interrompeu. Quando acabou de falar, cantou com sua esplêndida voz todo o hino cristão "Eu não me envergonho de proclamar a Cristo que morreu, para defender os seus mandamentos e o poder da sua cruz".
"Depois... depois levaram nossa Variá.
"Hoje é nove de maio. Nada sabemos a seu respeito. Deus, porém, é poderoso para salvá-la. Orem!
Sua Maria".

Terceira carta:

"Ontem, dois de agosto, tive uma conversa com nossa querida Variá na prisão. Meu coração se confrange quando penso nela. De fato, ainda é uma criança. Tem apenas dezenove anos. Como crente no Senhor e também uma criancinha espiritual. Todavia ama-O de todo o seu coração e seguiu sem demora pelo caminho difícil. A pobre menina sente tanta fome. Quando soubemos que estava presa começamos a mandar-lhes pacotes. Recebeu, porém, apenas uma parte do que lhe foi mandado.
"Quando a vi ontem, estava magra, pálida, fraca, Somente os olhos brilhavam com a paz de Deus e com uma alegria extraterrena.
"Sim, meus queridos, os que não experimentam a paz maravilhosa de Cristo não podem entender isso. Que felizes são, porém, os que têm essa paz... Para nós que estamos em Cristo, nenhum sofrimento, nenhuma frustração nos reprime.
"Perguntei-lhe através das grades que nos separavam: 'Varia, você não se arrepende do que fez' 'Não, respondeu. 'Se eles me libertassem, iria novamente e lhes falaria do grande amor de Cristo. Não pense que estou sofrendo. Estou muito feliz por me amar tanto o Senhor e dar-me a alegria de perseverar pelo Seu nome.'
"Suplico que você ore por ela do profundo do seu coração. Provavelmente será mandada para a Sibéria. Tomaram-lhe as roupas e tudo que lhe pertencia. Ficou sem nada, exceto o que tem sobre si. Não tem parentes, por isso temos de arranjar para ela as coisas mais necessárias. Separei a última quantia que você me mandou. Se Variá for deportada, farei que esse dinheiro chegue às mãos dela. Creio que Deus a fortalecerá e lhe dará forças para resistir também no futuro. Deus a guarde!
Sua Maria".

Quarta carta:

"Prezada Maria.
"Afinal posso escrever-lhe. Chegamos bem a. Nosso campo dista dez milhas da cidade. Não posso descrever nossa vida. Você a conhece. Quero dizer-lhe apenas um pouco sobre minha pessoa. Agradeço a Deus a saúde que tenho e poder trabalhar com as mãos. Eu e a irmã 'X' fomos postas a trabalhar na oficina. Trabalhamos ali em máquinas. O trabalho é difícil e a saúde da irmã 'X' é precária. Tenho de trabalhar por nós duas. Termino primeiro minha tarefa e depois ajudo minha irmã. Trabalhamos de doze a treze horas por dia. Nosso alimento é como o seu, muito pouco. Mas não é sobre isto que desejo escrever-lhe.
"Meu coração louva e agradece a Deus porque ele me mostrou, por seu intermédio, o caminho da Salvação. Agora que estou neste caminho, minha vida tem um propósito, eu sei para onde vou e por Quem sofro. Sinto desejo de contar e testemunhar a todos sobre a grande alegria da Salvação, que sinto em meu coração. Quem nos separará do amor de Deus em Cristo? Nada e ninguém. Nem prisão, nem sofrimento. Os sofrimentos que Deus nos manda apenas mais e mais nos fortalecem a fé nEle. Meu coração está tão cheio que a graça de Deus transborda. No trabalho eles me amaldiçoam e castigam e me dão tarefa extra porque não posso ficar em silencio, mas tenho de dizer a todos o que o Senhor fez por mim. Ele fez de mim um novo ser, uma nova criatura, de mim que estava no caminho da perdição. Posso guardar silencio depois disto? Não, jamais! Enquanto meus lábios puderem falar, testemunharei a todos do Seu grande amor.
"A caminho para o campo encontramos muitos irmãos e irmãs em Cristo. Que maravilhoso é o fato de você sentir, através do Espírito, que eles são filhos de Deus, logo que você vê os irmãos e irmãs. É desnecessário falar. A primeira vista você sente e conhece quem são.
"Quando nos encaminhávamos ao campo, em uma estação ferroviária uma senhora veio, deu-nos alimento e disse apenas duas palavras: 'Deus Vive'.
"Na primeira noite depois de nossa chegada aqui (era tarde), fomos levados a barracas subterrâneas. Saudamos os presentes com as palavras 'Paz Seja com Você'. Para nossa grande alegria, de todos os lados ouvimos as respostas: 'Recebemos você em paz'. E desde a primeira noite sentimos que estávamos em família.
"E de fato tem sido assim. Aqui somos muitos, os que cremos em Cristo como nosso Salvador pessoal. Mais da metade dos presos são crentes. Temos entre nós grandes cantores e bons pregadores do Evangelho. A noite, quando nos ajudamos depois de pesado trabalho, como é maravilhoso passar, pelo menos algum tempo, juntos em oração, aos pés de nosso Salvador. Com Cristo há liberdade em toda parte. Aprendi aqui muitos hinos espirituais lindos, e cada dia Deus me dá sempre mais de Sua Palavra. Com a idade de dezenove anos celebrei o Natal de Jesus pela primeira vez. Jamais esquecerei esse dia esplêndido! Tivemos de trabalhar o dia inteiro. Alguns dos nossos irmãos, porém, puderam ir ao rio, nas proximidades. Ali quebraram o gelo e prepararam o lugar onde, durante aquela noite — de acordo com a Palavra de Deus — eu e mais sete irmãos fomos batizados. Oh, como estou feliz e como gostaria que você, Maria, pudesse estar comigo também, para que eu expiasse pelo menos um pouquinho, através do meu amor por você, o mal que lhe fiz em dias passados. Deus, porém, coloca cada um de nós em seu lugar, e devemos ficar firmes onde Ele nos tem colocado.
"Dê lembranças a toda a família dos filhos de Deus. O Senhor abençoará ricamente o seu trabalho costumeiro, como a mim tem abençoado.
Leia Hebreus 12:1-3.
"Todos os nossos irmãos a saúdam e estão alegres porque a sua fé em Deus é tão poderosa e você o louva incessantemente em seus sofrimentos. Se escrever a outros, mande-lhes nossas saudações.
Sua Variá".

Quinta carta:

"Querida Maria:
"Finalmente achei ocasião de escrever-lhe umas linhas. Posso informar-lhe, minha querida, que pela graça de Deus eu e a irmã 'X' estamos com saúde e nos sentimos bem. Agora estamos em... Eles nos mandaram para... e aqui permanecemos.
"Agradeço-lhe seu carinho maternal para comigo. Recebemos tudo quanto você preparou para nós. Agradeço a coisa mais valiosa: a Bíblia. Agradeço a todos e quando lhes escrever transmita-lhes minhas saudações e agradecimentos pelo que têm feito por mim.
"Visto que Deus me revelou o profundo mistério do seu santo amor, considero-me a criatura mais feliz do mundo. As perseguições que tenho de suportar considero-as como uma graça especial. Estou contente porque o Senhor me deu, desde o primeiro dia de minha fé, a grande felicidade de sofrer por Ele. Orem todos por mim, para que eu possa permanecer fiel ao Senhor até o fim. "Que o Senhor a guarde e fortaleça para o santo combate! "Eu e a irmã 'X' enviamos beijos a todos. Quando formos mandadas para... talvez tenhamos a oportunidade de escrever novamente. Não se preocupe conosco. Estamos alegres e felizes porque nossa recompensa no céu é grande. (Mat. 5.11, 12).
Sua Variá"

Esta é a última carta de Variá — a jovem comunista que encontrou a Cristo, testemunhou dEle e foi sentenciada a trabalho forçado. Nunca mais tivemos notícias dela, porém seu lindo amor e testemunho por Cristo mostram a beleza espiritual da sofredora e fiel Igreja Subterrânea em um terço do mundo dominado pelo Comunismo.
Texto extraído do livro: "Torturado por amor a Cristo" de autoria de Richard Wurmbrand- 1970.
O que é o Domingo da Igreja Perseguida?

O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) foi criado pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, com o objetivo de unir cristãos em torno de um só motivo: nossos irmãos que pagam um alto preço por sua fé.
A data varia de ano em ano, pois é marcada para o domingo seguinte ao de Pentecostes. Esse critério foi adotado porque, no relato bíblico em Atos 4, o início das perseguições aos cristãos acontece logo após a descida do Espírito Santo, com a prisão de Pedro e João. Simbolicamente, pode-se dizer que essa foi a "fundação" da Igreja Perseguida.
Esse dia tem o objetivo de unir as igrejas brasileiras a passar momentos voltados à lembrança dos cristãos perseguidos, já que estes enfrentam muitas dificuldades em nome de sua fé em Cristo. Por isso, convidamos você a organizar este evento e ser um representante da causa da Igreja Perseguida.
Por ser um dia todo separado ao propósito de apresentar a realidade vivida por cerca de 100 milhões de cristãos ao redor do mundo, várias atividades podem ser elaboradas para chamar a atenção dos membros de sua igreja.
Neste domingo, 30 de maio inúmeras igrejas espalhadas pelo mundo dedicarão uma programação especial durante todo o dia visando conscientizar todos os cristãos sobre as dificuldades que enfrentam muitos irmãos que pregam o Evangelho em países onde a Palavra de Deus é não somente proibida, mas podem levar à prisão e à morte os seus porta-vozes.

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