terça-feira, dezembro 28, 2010

A conquista

Como o fogo se ateia com fogo, também a igreja existe pela evangelização, pelo ganhar almas. Quando a igreja perde de vista o perdido, morre, assim como o fogo se extingue por falta de novo material a ser queimado.
Ide... Pregai... Fazei discípulos... Dai testemunho a todas as nações, a toda criatura no poder do Espírito Santo.
Eis, na essência, o último grande mandamento que Cristo deu à Sua Igreja: evangelizai o mundo todo — é a Sua ordem de marcha! Ele não disse civilizai todas as criaturas humanas, nem mesmo cristianizai o mundo, mas pregai, proclamai o Evangelho ao mundo todo.
Os primeiros cristãos podiam escusar-se por não atingir o mundo todo. Faltavam-lhe os meios e o equipamento que poderiam acelerar a obra da Evangelização. Não havia estradas de ferro, aviões ou poderosos e rápidos transatlânticos; não havia rádio, televisão, impressoras, aparelhagem audiovisual ou cinematografia. Não obstante, no poder do Espírito Santo, evangelizaram a maior parte do mundo então conhecido.
No princípio, a evangelização, levada a cabo pela Igreja, conseguiu atingir o Egito e o Norte da África, a ponto de, em certa época, tais regiões apresentarem centenas de igrejas evangélicas.
Porém, em vez de prosseguir em busca dos lugares mais distantes, passou a discutir doutrinas.
E assim a controvérsia tomou o lugar da evangelização. E o resultado? Em vez do fervente zelo e visão, que certamente teria impelido os cristãos para o Sul através das escaldantes areias do Saara até os jâgais da África Central e Meridional, a Igreja se mostrou paralisada e começou a declinar à medida que o mundo mais se envolvia em trevas.
Enquanto a Igreja contendia e discutia muitas coisas não essenciais, o inimigo conseguia vitórias e escravizava milhões.
Consequentemente, o Norte da África tornou-se maometano e, por séculos, ali quase não se brilhava a luz do Evangelho.
Pense nisso, leitor amigo. Em certa época, alguns dos maiores teólogos do cristianismo vieram do Norte da África. Hoje, todo o país está dominado pela rígida religião maometana.
Que aconteceria, se isso se desse em nosso país cristão? O único caminho que, por certo, impedirá o aparecimento do novo tipo de paganismo moderno em nossa pátria é conservar bem fresca, no íntimo de cada servo de Jesus, a visão da evangelização mundial.
Quando um cristão para de ganhar almas, por esse ou por aquele meio, cessa de arder em sua alma o fogo divino. E o resultado é muito triste e lamentável: falta de interesse e de entusiasmo, e queda espiritual. Então o mundanismo avança para preencher o vácuo. Que horrível tragédia!
Um dos preceitos mais desafiadores já apresentados ao cristão é esse: a tarefa suprema da Igreja na evangelização do mundo.
A única defesa da Igreja é ganhar almas.



Ela nasceu no ardor da evangelização. Estará arruinada sempre que seus membros deixarem de alcançar o perdido.
Hoje, no mundo, vivem cerca de dois bilhões de almas que nunca foram alcançadas pelo Evangelho de Cristo!
Hoje mais de um quarto de todas as nações, um terço da superfície da Terra, e metade da população mundial está sob a influência do comunismo ateu.
Será que, como cristão, estamos cientes disso? Será? Lembramo-nos de que, como indivíduos, somos a Igreja de Cristo? Para que existe no mundo a Igreja Cristã?
Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea.
Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios e se ficar inteiramente livre do fogo do inferno!
A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para desfrutar da companhia uns dos outros, divertirem-se, e trocar idéias!
Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não.
A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens.
Ela é um farol, cujos raios da luz evangélica alumiam todos os cantos da Terra, mesmo os mais distantes e entenebrecidos.
E um poderoso exército em marcha, cujos soldados estão resolvidos a invadir todas as pátrias para fazer tremular em cada nação a bandeira de Cristo! Como soldados do rei dos Reis, a tarefa dos cristãos não é construir fortes nem acumular reservas de munições, mas conquistar o território inimigo, para tomar deles um povo para o seu nome (At 15.14).
Napoleão certa vez disse: "A conquista fez de mim aquilo que sou, e a conquista deve encorajar-me!"
Isso é também verdade no que se aplica à Igreja de Cristo. A própria existência da Igreja depende de sua obediência à grande comissão do Senhor. Ela existe para buscar e salvar o que está perdido.
Que é que o leitor amigo está fazendo nesse sentido? Está esperando que a sua denominação faça a obra de evangelização? Cristo espera muito de você! Almas — almas ainda não alcançadas — estão esperando muito de você!



T.L.Osborn


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