Tocai a trombeta em Sião e dai voz de rebate no meu santo monte; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o Dia do SENHOR vem, já está próximo;
dia de escuridade e densas trevas, dia de nuvens e negridão! (...)
O SENHOR levanta a voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque é poderoso quem executa as suas ordens; sim, grande é o Dia do SENHOR e mui terrível! Quem o poderá suportar?
Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto.
Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
Quem sabe se não se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o SENHOR, vosso Deus? (Joel 2.1-14)
Cerca de 800 anos A.C. o profeta Joel recebe da parte de Deus uma palavra dura para o povo. Palavra dura para um povo que estava sob a dominação dos assírios. Como sabemos, os assírios eram os mais cruéis daquela época, pois quando dominavam um povo faziam de tudo para descaracterizá-lo: espalhava-o entre as outras nações conquistadas no desejo de fazer com que através da mistura de culturas, os povos dominados, com o tempo viessem a desaparecer, pois o que torna um agrupamento de pessoas em nação é o fato de terem determinadas coisas em comum e, com a mistura de raças essas coisas vão desaparecendo aos poucos, até sumirem completamente e, foi isso que aconteceu com Israel e principalmente em Samaria.
No Capítulo 1º do Livro de Joel, o Senhor diz a ele que as coisas que seriam descritas não eram coisas longínquas, mas uma situação que eles estavam presenciando no seu dia-a-dia. Não fora algo que acontecera a seus avôs, ou que aconteceria com seus filhos e netos, mas era algo que eles estavam presenciando.
A miséria era uma constante na vida do povo. As desgraças pareciam intermináveis.
Talvez o momento fosse de total desespero. Sempre que a calamidade atingia o arraial dos israelitas, o clima era de desespero e assolação.
Com certeza o povo não estava mais suportando aquela situação, mas tudo tem uma razão de ser. Nada acontece por acaso. Não existem acasos na obra de Deus. Ele é imutável e nEle não há sombra de variação (Tiago 1.17).Em Gênesis 8.21, a Palavra de Deus nos alerta que “má é a intenção do coração do homem desde a sua meninice”, em algumas traduções diz: “que é mal o desígnio ou a imaginação do homem desde a sua mocidade ou juventude”.O texto nos fala em mocidade, meninice, juventude, mas isso não foi sempre assim pois o homem não foi criado mal, mas bom, foi criado à imagem de Deus, o Criador, e a Palavra nos diz que tudo quanto Deus criou é bom; logo, o homem, na criação também era bom.
Mas o que aconteceu? Quando, então, foi que o desejo íntimo do coração do homem se tornou mal?Quando Satanás conseguiu convencer a mulher e esta ao homem, de que se desobedecessem à ordem de Deus, nada lhes aconteceria, o homem começou a deixar que o mal se instalasse em seu coração.
A princípio titubeou um pouco, mas com o tempo cedeu ao desejo de se tornar igual ao Criador. Ele já não é mais uma criança, ele é um jovem que tem discernimento e liberdade para fazer o que achar melhor. Talvez, no início, tentasse se esquivar, mas depois deve ter pensado: “mas que mal há nisso, vou comer o fruto e depois me acerto com Deus”.
E é essa a má índole, esse mal desígnio intimo, essa rebeldia que faz com que ele se recuse a aceitar as determinações e os conselhos que Deus lhe dá. É por essa conduta que ele se recusa a arrepender-se dos seus maus caminhos, por que acredita sempre que resolverá tudo sozinho. Mas a Palavra de Deus nos adverte que “há caminhos que para o homem parecem perfeitos, mas que no fim são caminhos de morte”. (Provérbios 13.12) e Jesus diz: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida e ninguém vem ao pai, se não for por mim” (João 14.6).
O homem de hoje, assim como o israelita que foi objeto desta profecia tem a tendência de acreditar em tudo que é exterior. Prefere acreditar em um amuleto ao invés de buscar seu Criador, e o apóstolo Paulo em I Timóteo 4 nos adverte que haverá um tempo em que muitos apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e as doutrinas de demônios, e alerta ainda em II Timóteo 4 que muitos não suportarão a sã doutrina e darão ouvidos às fábulas, ou seja, acreditarão mais naquelas estorinhas de animais que falam, do que nos conselhos vindos de Deus.
Difíceis realmente eram aqueles dias, mas, infelizmente, aquela profecia se estende até os nossos dias, entra em nossos lares, anda conosco nas ruas, fica ao nosso lado no trabalho, na escola, enfim: faz parte do nosso dia-a-dia.
Nunca se pregou tanto a Palavra de Deus como nos dias de hoje. Vivemos num país cuja liberdade religiosa nos dá a oportunidade de levarmos a mensagem de Salvação a todos os lugares: nas casas, igrejas, ruas, presídios, praças públicas; parece que a profecia de Joel está se cumprindo totalmente em nossos dias.
Mas assim como aquele povo permanecia em rebeldia diante do alerta de Deus, hoje em dia a grande maioria das pessoas também é indiferente às advertências dos homens e mulheres que proclamam a Palavra de Deus. Zombam..., dão as costas... Parece que estamos vivendo dias como os de Noé: pregamos a Palavra, falamos que haverá um dia em que o Senhor há de vir julgar as nações, falamos acerca do pecado que trazemos em nós e que Jesus morreu para nos reconduzir a Deus, pois o “pecado faz separação entre Deus e o homem”, mas apesar disso ninguém nos escuta, parece que estamos falando com uma geladeira: falamos e elas permanecem estáticas e quando abres as bocas (ou a porta) é aquele bafo gelado.
Assim diz o Senhor: grande e terrível será o dia do Senhor (o dia do julgamento), e quem poderá suportá-lo?
É triste pensar que, embora o lago que arde com fogo e enxofre tenha sido criado para Satanás e seus demônios, muitos seres humanos estarão ali também num sofrimento indizível e eterno.
Mas por que isso irá acontecer?
Isso acontecerá porque os homens não querem ouvir a voz do Senhor, que está alertando, avisando do perigo iminente, mas em vão, porque os homens de nosso século preferem dar ouvidos às fábulas, preferem acreditar em duendes, talismãs, cristais, ao invés de buscarem o Autor de tudo e de todas as coisas.
Buscam sempre a criação, esquecendo-se de buscar ao Criador.
O Senhor está falando ao povo que terrível será aquele dia. Dia em que haverá de julgar o mundo. Mas no versículo 12 ele nos dá a chave da vitória: todavia ainda agora diz o senhor: convertei-vos a mim de todo o coração e isso com jejum e com choro e com pranto. E rasgai o vosso coração e não as vossas vestes e convertei-vos ao Senhor.O Senhor nos ensina como podemos obter sucesso em nossa vida, para escaparmos daquele terrível dia: diz que devemos nos converter a Ele com: JEJUM , CHORO E PRANTO, E RASGANDO NOSSOS CORAÇÕES.Quando acontecia alguma tragédia na vida de um judeu, fosse ela qual fosse, ele chorava, rasgava suas roupas, cobria a cabeça com cinzas e se vestia de pano de saco e não raras vezes, apregoava um jejum, pois acreditava que maltratando o corpo poderia obter favores divinos e o profeta Isaías no capítulo 58 nos ensina como a maioria dos judeus praticava o jejum: com hipocrisia e quando o faziam era para promover divisão e não santificação.
Sendo assim, como entender por jejum, choro e pranto, e rasgar nossos corações?Certa feita Jesus disse a seus discípulos: “Se soubésseis o que significa misericórdia quero e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes” (Mateus 12.7), ou seja, compreenderiam que o verdadeiro amor a Deus é que nos conduz a Ele. A misericórdia de Deus é a causa de nós não sermos consumidos, por esta razão precisamos entender que o sacrifício mais agradável a Deus é um coração quebrantado e contrito como nos ensina o Salmista Davi.
A profecia nos ensina quais são os sinais evidentes da verdadeira conversão
1) Precisamos nos abster da Velha natureza.
Jejum significa abster-se de algo e, é comum associá-lo ao alimento, mas podemos “jejuar” de várias coisas para nos tornarmos afeitos às coisas espirituais.
Os judeus, principalmente os fariseus, gostavam de demonstrar o sofrimento que estavam passando, numa forma de fazer com que as outras pessoas percebessem que estavam se “consagrando” a Deus, seja lá pelo motivo que fosse o que importava era o reconhecimento dos homens: “Puxa, como ele é santo! Como ela ama a Deus! Olhem quantas vezes por semana ele jejua!”Jesus adverte seus discípulos dizendo: quando jejuardes, não façais como os fariseus, que rasgam suas roupas, desfigurando os seus rostos para demonstrarem aos outros o que estão fazendo. Quando jejuardes, lavai os vossos rostos e demonstrai alegria e não sofrimento.
A Palavra de Deus nos ensina que: se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo (2 Coríntios 5.17).O Senhor está dizendo a mim e a você: para que a nossa conversão seja autêntica, precisamos nos abster da velha natureza. Não é abstenção de alimentos, mas do caráter do velho homem. Aquele homem pecador, que tinha prazer no pecado e que não conhecia a Deus.
Esse é o jejum agradável a Deus. É a nossa maneira de dizer-lhe que O amamos, que o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário por mim, não foi em vão.
Preciso abster-me dos maus pensamentos, do falar injurioso, do dedo que aponta e acusa, dos prazeres carnais. Esse tipo de alimento é o prato de lentilhas oferecido pelo diabo para pecarmos e desvalorizarmos as bênçãos que Deus derrama sobre nós a cada dia.
Vocês lembram o que significou o “prato de Lentilhas”?Isaque teve dois filhos: um chamado Esaú e outro Jacó. Pela profecia Jacó seria abençoado, mas assim mesmo enganou a seu irmão, fazendo jus ao nome que recebera (usurpador), e seu irmão por achar-se velho demais para se preocupar com o direito da primogenitura, que a seus olhos carnais nada significava, trocou-o por uma simples refeição que Jacó lhe preparou.
O que o Inimigo faz conosco é a mesma coisa: faz com que desmereçamos o que realmente tem valor: o estarmos sendo abençoados por Deus e viver em sua presença e, valorizemos o que nada vale: vaidade, prazeres temporais e carnais.
Jesus nos chama para termos experiências vivas com Ele. E um dos sinais que mostram que de fato nos convertemos a Ele é o limparmos interiormente a nossa velha natureza, a nossa vã maneira de viver.
2) A verdadeira conversão faz de nós pessoas humildes.
“Bem-aventurados os humildes, ou pobres, de espírito, por que deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, por que eles serão consolados”(Mateus 5.3,4).
O povo de Israel queria viver de um passado de glória, acreditavam-se superiores materialmente sobre os demais povos que o cercavam, porque sempre obtiveram a proteção de Deus, mas apesar desta proteção, eles, no fundo, nunca davam o braço a torcer de que quem realmente lhes havia dado tantos livramentos era o Senhor.
Talvez o choro e o pranto que demonstravam não eram de humilhação diante do estado em que se encontravam, mas de raiva pelo que lhes havia acontecido.
Povo de dura cerviz, diz a Palavra. Povo que custa a humilhar-se, a dobrar os joelhos, a curvar a fronte, a reconhecer-se dependente da graça de Deus. E o profeta alerta: porventura isso aconteceu com nossos pais ou está acontecendo conosco?
A demonstração de uma verdadeira conversão tem que passar por este estágio.Preocupa-nos o fato de que hoje em dia estão criando na mente daqueles que buscam a Deus, o fato de que o crente é sempre uma pessoa bem-sucedida na sua vida empresarial, tem a melhor casa do bairro, o melhor carro, a maior conta bancária e por aí afora.
Jesus disse a um escriba que queria segui-lo: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Mateus 8.19,20).Em João 16.33 Jesus diz a seus discípulos: No mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo, eu venci o mundo.Muitas pessoas têm entregado suas vidas a Jesus, acreditando que Ele seja uma linha de crédito no “Banco Celestial”, na qual fazemos empréstimos sem termos a necessidade de pagar. Dizem elas: “Eu tinha isso e aquilo, perdi tudo por causa de fulano, mas eu vou conseguir tudo de volta, porque eu sou filho do rei, e depois que eu tiver tudo de volta o fulano vai ver só. Vou mostrar-lhe com quantos paus se faz uma canoa,”
Em Mateus 6.19-21 Jesus nos ensina que essas coisas não têm nenhum valor em si mesmas, quando diz: Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, AÍ ESTARÁ TAMBÉM O TEU CORAÇÃO.Quando somos humildes diante de Deus, entendemos o mundo de forma diferente. Compreendemos que existe uma luta espiritual e que tomamos posicionamento por um dos lados e isso nos coloca na batalha, e aprendemos que nesta luta se consegue vitória através da oração e não da gritaria, não são frases de efeito como não aceito, reivindico, determino e coisas que o valham.
Jesus estava diante de homens e mulheres pelos quais estava entregando Sua vida, e ao invés de repreendê-los, acusá-los, amaldiçoá-los, de fazer prevalecer a Sua condição de Filho de Deus, Ele simplesmente roga ao Pai dizendo: Perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.
Se, éramos arrogantes, pretensiosos, se achávamos que éramos melhores que todos, e a convivência conosco era quase impossível antes de nossa conversão, precisamos mostrar que agora somos novas criaturas e uma das formas de demonstrarmos isso é através da nossa humildade, valorizando as coisas espirituais e desmerecendo as materiais. É fazer prevalecer o conselho de Jesus: Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6.33).
3) A verdadeira conversão faz com que tenhamos amor pelas almas
Era costume entre os judeus, o rasgarem as suas vestes em sinal de tristeza pessoal ou solidária. Mas o alerta de Deus através do profeta era de que eles deveriam rasgar os seus corações e não as suas vestes. Jesus disse que: do coração procedem os maus pensamentos, os adultérios e os demais pecados, porque não somente a boca fala do que está cheio o coração, mas também que o pecado antes de se exteriorizar ganha força no coração.Quando entregamos verdadeiramente as nossas vidas a Jesus, compreendemos que éramos pecadores e que Ele nos resgatou e isso deve fazer com que tenhamos um amor por aqueles que ainda não foram alcançados pela Palavra de Deus, que não tiveram acesso à mensagem Salvadora da cruz.
O mundo jaz no maligno. O diabo tem ceifado vidas que poderiam ser preciosas para Deus. As drogas e o sexo campeiam por toda parte numa verdadeira epidemia social. Muitas vezes nos perguntamos quem poderia resolver esta situação e nos pegamos tantas vezes dizendo que o mundo é assim mesmo e que não existe remédio para ele. Existe alguns que, escatologicamente, decretam que a tendência é piorar e não melhorar e por isso não adianta fazermos nada porque o mundo ruma para o juízo final.
A Palavra de Deus nos ensina que o reino de Deus é tomado por esforço e todos os que se esforçam se apoderam dele (Mateus 11.12).A Palavra de Deus nos diz que os tímidos e os medrosos não herdarão o reino (Apocalipse 21.8).Em Atos 17.6, Paulo e Silas foram tachados de homens que estavam transtornando o mundo. E nós? O que temos feito depois de nossa conversão? Temos transtornado o mundo com a mudança de nossa maneira de viver? Temos transtornado o mundo pregando a mensagem da cruz, ou invés de transtornarmos o mundo temos nos conformados com ele?
O mundo está cada vez pior? Está.
Está cada vez mais violento, promiscuo? Está.
Não importa a maneira que o mundo esteja, o que importa é fazermos a nossa parte: pregarmos a Palavra de Deus a tempo e fora de tempo para que mais vidas sejam resgatadas para Jesus.
Só quem tem um coração rasgado, quebrantado, contrito, pode compreender a diferença entre salvação e perdição.
Um coração verdadeiramente convertido ao Senhor, não pode ficar contente ou aliviado quando um assassino, um ladrão ou o maior dos pecadores morre sem conhecer a Jesus e a Sua mensagem de salvação.
Em Romanos 5.20 Paulo disse que onde abundou o pecado, superabundou a graça.
A verdadeira conversão é seguida de:
MUDANÇA DA VELHA NATUREZA, DE HUMILDADE DIANTE DE DEUS E AMOR PELAS ALMAS PERDIDAS. Quando compreendermos estas coisas e as praticarmos de todo coração, o profeta nos consola no versículo 14: Quem sabe se não se voltará e se arrependerá e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus.
dia de escuridade e densas trevas, dia de nuvens e negridão! (...)
O SENHOR levanta a voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque é poderoso quem executa as suas ordens; sim, grande é o Dia do SENHOR e mui terrível! Quem o poderá suportar?
Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto.
Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
Quem sabe se não se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o SENHOR, vosso Deus? (Joel 2.1-14)
Cerca de 800 anos A.C. o profeta Joel recebe da parte de Deus uma palavra dura para o povo. Palavra dura para um povo que estava sob a dominação dos assírios. Como sabemos, os assírios eram os mais cruéis daquela época, pois quando dominavam um povo faziam de tudo para descaracterizá-lo: espalhava-o entre as outras nações conquistadas no desejo de fazer com que através da mistura de culturas, os povos dominados, com o tempo viessem a desaparecer, pois o que torna um agrupamento de pessoas em nação é o fato de terem determinadas coisas em comum e, com a mistura de raças essas coisas vão desaparecendo aos poucos, até sumirem completamente e, foi isso que aconteceu com Israel e principalmente em Samaria.
No Capítulo 1º do Livro de Joel, o Senhor diz a ele que as coisas que seriam descritas não eram coisas longínquas, mas uma situação que eles estavam presenciando no seu dia-a-dia. Não fora algo que acontecera a seus avôs, ou que aconteceria com seus filhos e netos, mas era algo que eles estavam presenciando.
A miséria era uma constante na vida do povo. As desgraças pareciam intermináveis.
Talvez o momento fosse de total desespero. Sempre que a calamidade atingia o arraial dos israelitas, o clima era de desespero e assolação.
Com certeza o povo não estava mais suportando aquela situação, mas tudo tem uma razão de ser. Nada acontece por acaso. Não existem acasos na obra de Deus. Ele é imutável e nEle não há sombra de variação (Tiago 1.17).Em Gênesis 8.21, a Palavra de Deus nos alerta que “má é a intenção do coração do homem desde a sua meninice”, em algumas traduções diz: “que é mal o desígnio ou a imaginação do homem desde a sua mocidade ou juventude”.O texto nos fala em mocidade, meninice, juventude, mas isso não foi sempre assim pois o homem não foi criado mal, mas bom, foi criado à imagem de Deus, o Criador, e a Palavra nos diz que tudo quanto Deus criou é bom; logo, o homem, na criação também era bom.
Mas o que aconteceu? Quando, então, foi que o desejo íntimo do coração do homem se tornou mal?Quando Satanás conseguiu convencer a mulher e esta ao homem, de que se desobedecessem à ordem de Deus, nada lhes aconteceria, o homem começou a deixar que o mal se instalasse em seu coração.
A princípio titubeou um pouco, mas com o tempo cedeu ao desejo de se tornar igual ao Criador. Ele já não é mais uma criança, ele é um jovem que tem discernimento e liberdade para fazer o que achar melhor. Talvez, no início, tentasse se esquivar, mas depois deve ter pensado: “mas que mal há nisso, vou comer o fruto e depois me acerto com Deus”.
E é essa a má índole, esse mal desígnio intimo, essa rebeldia que faz com que ele se recuse a aceitar as determinações e os conselhos que Deus lhe dá. É por essa conduta que ele se recusa a arrepender-se dos seus maus caminhos, por que acredita sempre que resolverá tudo sozinho. Mas a Palavra de Deus nos adverte que “há caminhos que para o homem parecem perfeitos, mas que no fim são caminhos de morte”. (Provérbios 13.12) e Jesus diz: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida e ninguém vem ao pai, se não for por mim” (João 14.6).
O homem de hoje, assim como o israelita que foi objeto desta profecia tem a tendência de acreditar em tudo que é exterior. Prefere acreditar em um amuleto ao invés de buscar seu Criador, e o apóstolo Paulo em I Timóteo 4 nos adverte que haverá um tempo em que muitos apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e as doutrinas de demônios, e alerta ainda em II Timóteo 4 que muitos não suportarão a sã doutrina e darão ouvidos às fábulas, ou seja, acreditarão mais naquelas estorinhas de animais que falam, do que nos conselhos vindos de Deus.
Difíceis realmente eram aqueles dias, mas, infelizmente, aquela profecia se estende até os nossos dias, entra em nossos lares, anda conosco nas ruas, fica ao nosso lado no trabalho, na escola, enfim: faz parte do nosso dia-a-dia.
Nunca se pregou tanto a Palavra de Deus como nos dias de hoje. Vivemos num país cuja liberdade religiosa nos dá a oportunidade de levarmos a mensagem de Salvação a todos os lugares: nas casas, igrejas, ruas, presídios, praças públicas; parece que a profecia de Joel está se cumprindo totalmente em nossos dias.
Mas assim como aquele povo permanecia em rebeldia diante do alerta de Deus, hoje em dia a grande maioria das pessoas também é indiferente às advertências dos homens e mulheres que proclamam a Palavra de Deus. Zombam..., dão as costas... Parece que estamos vivendo dias como os de Noé: pregamos a Palavra, falamos que haverá um dia em que o Senhor há de vir julgar as nações, falamos acerca do pecado que trazemos em nós e que Jesus morreu para nos reconduzir a Deus, pois o “pecado faz separação entre Deus e o homem”, mas apesar disso ninguém nos escuta, parece que estamos falando com uma geladeira: falamos e elas permanecem estáticas e quando abres as bocas (ou a porta) é aquele bafo gelado.
Assim diz o Senhor: grande e terrível será o dia do Senhor (o dia do julgamento), e quem poderá suportá-lo?
É triste pensar que, embora o lago que arde com fogo e enxofre tenha sido criado para Satanás e seus demônios, muitos seres humanos estarão ali também num sofrimento indizível e eterno.
Mas por que isso irá acontecer?
Isso acontecerá porque os homens não querem ouvir a voz do Senhor, que está alertando, avisando do perigo iminente, mas em vão, porque os homens de nosso século preferem dar ouvidos às fábulas, preferem acreditar em duendes, talismãs, cristais, ao invés de buscarem o Autor de tudo e de todas as coisas.
Buscam sempre a criação, esquecendo-se de buscar ao Criador.
O Senhor está falando ao povo que terrível será aquele dia. Dia em que haverá de julgar o mundo. Mas no versículo 12 ele nos dá a chave da vitória: todavia ainda agora diz o senhor: convertei-vos a mim de todo o coração e isso com jejum e com choro e com pranto. E rasgai o vosso coração e não as vossas vestes e convertei-vos ao Senhor.O Senhor nos ensina como podemos obter sucesso em nossa vida, para escaparmos daquele terrível dia: diz que devemos nos converter a Ele com: JEJUM , CHORO E PRANTO, E RASGANDO NOSSOS CORAÇÕES.Quando acontecia alguma tragédia na vida de um judeu, fosse ela qual fosse, ele chorava, rasgava suas roupas, cobria a cabeça com cinzas e se vestia de pano de saco e não raras vezes, apregoava um jejum, pois acreditava que maltratando o corpo poderia obter favores divinos e o profeta Isaías no capítulo 58 nos ensina como a maioria dos judeus praticava o jejum: com hipocrisia e quando o faziam era para promover divisão e não santificação.
Sendo assim, como entender por jejum, choro e pranto, e rasgar nossos corações?Certa feita Jesus disse a seus discípulos: “Se soubésseis o que significa misericórdia quero e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes” (Mateus 12.7), ou seja, compreenderiam que o verdadeiro amor a Deus é que nos conduz a Ele. A misericórdia de Deus é a causa de nós não sermos consumidos, por esta razão precisamos entender que o sacrifício mais agradável a Deus é um coração quebrantado e contrito como nos ensina o Salmista Davi.
A profecia nos ensina quais são os sinais evidentes da verdadeira conversão
1) Precisamos nos abster da Velha natureza.
Jejum significa abster-se de algo e, é comum associá-lo ao alimento, mas podemos “jejuar” de várias coisas para nos tornarmos afeitos às coisas espirituais.
Os judeus, principalmente os fariseus, gostavam de demonstrar o sofrimento que estavam passando, numa forma de fazer com que as outras pessoas percebessem que estavam se “consagrando” a Deus, seja lá pelo motivo que fosse o que importava era o reconhecimento dos homens: “Puxa, como ele é santo! Como ela ama a Deus! Olhem quantas vezes por semana ele jejua!”Jesus adverte seus discípulos dizendo: quando jejuardes, não façais como os fariseus, que rasgam suas roupas, desfigurando os seus rostos para demonstrarem aos outros o que estão fazendo. Quando jejuardes, lavai os vossos rostos e demonstrai alegria e não sofrimento.
A Palavra de Deus nos ensina que: se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo (2 Coríntios 5.17).O Senhor está dizendo a mim e a você: para que a nossa conversão seja autêntica, precisamos nos abster da velha natureza. Não é abstenção de alimentos, mas do caráter do velho homem. Aquele homem pecador, que tinha prazer no pecado e que não conhecia a Deus.
Esse é o jejum agradável a Deus. É a nossa maneira de dizer-lhe que O amamos, que o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário por mim, não foi em vão.
Preciso abster-me dos maus pensamentos, do falar injurioso, do dedo que aponta e acusa, dos prazeres carnais. Esse tipo de alimento é o prato de lentilhas oferecido pelo diabo para pecarmos e desvalorizarmos as bênçãos que Deus derrama sobre nós a cada dia.
Vocês lembram o que significou o “prato de Lentilhas”?Isaque teve dois filhos: um chamado Esaú e outro Jacó. Pela profecia Jacó seria abençoado, mas assim mesmo enganou a seu irmão, fazendo jus ao nome que recebera (usurpador), e seu irmão por achar-se velho demais para se preocupar com o direito da primogenitura, que a seus olhos carnais nada significava, trocou-o por uma simples refeição que Jacó lhe preparou.
O que o Inimigo faz conosco é a mesma coisa: faz com que desmereçamos o que realmente tem valor: o estarmos sendo abençoados por Deus e viver em sua presença e, valorizemos o que nada vale: vaidade, prazeres temporais e carnais.
Jesus nos chama para termos experiências vivas com Ele. E um dos sinais que mostram que de fato nos convertemos a Ele é o limparmos interiormente a nossa velha natureza, a nossa vã maneira de viver.
2) A verdadeira conversão faz de nós pessoas humildes.
“Bem-aventurados os humildes, ou pobres, de espírito, por que deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, por que eles serão consolados”(Mateus 5.3,4).
O povo de Israel queria viver de um passado de glória, acreditavam-se superiores materialmente sobre os demais povos que o cercavam, porque sempre obtiveram a proteção de Deus, mas apesar desta proteção, eles, no fundo, nunca davam o braço a torcer de que quem realmente lhes havia dado tantos livramentos era o Senhor.
Talvez o choro e o pranto que demonstravam não eram de humilhação diante do estado em que se encontravam, mas de raiva pelo que lhes havia acontecido.
Povo de dura cerviz, diz a Palavra. Povo que custa a humilhar-se, a dobrar os joelhos, a curvar a fronte, a reconhecer-se dependente da graça de Deus. E o profeta alerta: porventura isso aconteceu com nossos pais ou está acontecendo conosco?
A demonstração de uma verdadeira conversão tem que passar por este estágio.Preocupa-nos o fato de que hoje em dia estão criando na mente daqueles que buscam a Deus, o fato de que o crente é sempre uma pessoa bem-sucedida na sua vida empresarial, tem a melhor casa do bairro, o melhor carro, a maior conta bancária e por aí afora.
Jesus disse a um escriba que queria segui-lo: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Mateus 8.19,20).Em João 16.33 Jesus diz a seus discípulos: No mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo, eu venci o mundo.Muitas pessoas têm entregado suas vidas a Jesus, acreditando que Ele seja uma linha de crédito no “Banco Celestial”, na qual fazemos empréstimos sem termos a necessidade de pagar. Dizem elas: “Eu tinha isso e aquilo, perdi tudo por causa de fulano, mas eu vou conseguir tudo de volta, porque eu sou filho do rei, e depois que eu tiver tudo de volta o fulano vai ver só. Vou mostrar-lhe com quantos paus se faz uma canoa,”
Em Mateus 6.19-21 Jesus nos ensina que essas coisas não têm nenhum valor em si mesmas, quando diz: Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, AÍ ESTARÁ TAMBÉM O TEU CORAÇÃO.Quando somos humildes diante de Deus, entendemos o mundo de forma diferente. Compreendemos que existe uma luta espiritual e que tomamos posicionamento por um dos lados e isso nos coloca na batalha, e aprendemos que nesta luta se consegue vitória através da oração e não da gritaria, não são frases de efeito como não aceito, reivindico, determino e coisas que o valham.
Jesus estava diante de homens e mulheres pelos quais estava entregando Sua vida, e ao invés de repreendê-los, acusá-los, amaldiçoá-los, de fazer prevalecer a Sua condição de Filho de Deus, Ele simplesmente roga ao Pai dizendo: Perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.
Se, éramos arrogantes, pretensiosos, se achávamos que éramos melhores que todos, e a convivência conosco era quase impossível antes de nossa conversão, precisamos mostrar que agora somos novas criaturas e uma das formas de demonstrarmos isso é através da nossa humildade, valorizando as coisas espirituais e desmerecendo as materiais. É fazer prevalecer o conselho de Jesus: Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6.33).
3) A verdadeira conversão faz com que tenhamos amor pelas almas
Era costume entre os judeus, o rasgarem as suas vestes em sinal de tristeza pessoal ou solidária. Mas o alerta de Deus através do profeta era de que eles deveriam rasgar os seus corações e não as suas vestes. Jesus disse que: do coração procedem os maus pensamentos, os adultérios e os demais pecados, porque não somente a boca fala do que está cheio o coração, mas também que o pecado antes de se exteriorizar ganha força no coração.Quando entregamos verdadeiramente as nossas vidas a Jesus, compreendemos que éramos pecadores e que Ele nos resgatou e isso deve fazer com que tenhamos um amor por aqueles que ainda não foram alcançados pela Palavra de Deus, que não tiveram acesso à mensagem Salvadora da cruz.
O mundo jaz no maligno. O diabo tem ceifado vidas que poderiam ser preciosas para Deus. As drogas e o sexo campeiam por toda parte numa verdadeira epidemia social. Muitas vezes nos perguntamos quem poderia resolver esta situação e nos pegamos tantas vezes dizendo que o mundo é assim mesmo e que não existe remédio para ele. Existe alguns que, escatologicamente, decretam que a tendência é piorar e não melhorar e por isso não adianta fazermos nada porque o mundo ruma para o juízo final.
A Palavra de Deus nos ensina que o reino de Deus é tomado por esforço e todos os que se esforçam se apoderam dele (Mateus 11.12).A Palavra de Deus nos diz que os tímidos e os medrosos não herdarão o reino (Apocalipse 21.8).Em Atos 17.6, Paulo e Silas foram tachados de homens que estavam transtornando o mundo. E nós? O que temos feito depois de nossa conversão? Temos transtornado o mundo com a mudança de nossa maneira de viver? Temos transtornado o mundo pregando a mensagem da cruz, ou invés de transtornarmos o mundo temos nos conformados com ele?
O mundo está cada vez pior? Está.
Está cada vez mais violento, promiscuo? Está.
Não importa a maneira que o mundo esteja, o que importa é fazermos a nossa parte: pregarmos a Palavra de Deus a tempo e fora de tempo para que mais vidas sejam resgatadas para Jesus.
Só quem tem um coração rasgado, quebrantado, contrito, pode compreender a diferença entre salvação e perdição.
Um coração verdadeiramente convertido ao Senhor, não pode ficar contente ou aliviado quando um assassino, um ladrão ou o maior dos pecadores morre sem conhecer a Jesus e a Sua mensagem de salvação.
Em Romanos 5.20 Paulo disse que onde abundou o pecado, superabundou a graça.
A verdadeira conversão é seguida de:
MUDANÇA DA VELHA NATUREZA, DE HUMILDADE DIANTE DE DEUS E AMOR PELAS ALMAS PERDIDAS. Quando compreendermos estas coisas e as praticarmos de todo coração, o profeta nos consola no versículo 14: Quem sabe se não se voltará e se arrependerá e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus.
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